A análise é da consultora imobiliária Athena Advisers, que considera o projeto da linha de elétrico 16E, que ligará a Praça do Comércio ao Parque Tejo até 2028, não só como uma importante melhoria da mobilidade na zona ribeirinha de Lisboa, mas sobretudo como um motor de regeneração e valorização de um bairro que se tem vindo a afirmar como um pólo criativo e inovador da capital, atraindo novos investimentos imobiliários.
"Desde a extensão da linha de elétrico, que aproximará Marvila do centro da cidade e da zona norte de Lisboa, até aos ambiciosos projectos ribeirinhos em desenvolvimento e em preparação, que trarão não só mais habitação, mas também novos parques, escolas e infra-estruturas, estamos a falar de uma reimaginação completa do bairro, liderada por entidades públicas e privadas, que transformará o tecido urbano", afirma David Moura-George, diretor-geral da Athena Advisers Portugal.
A nova linha de elétrico 16E - que, segundo a Carris, envolve um investimento previsto de 160 milhões de euros e se estima que venha a transportar até 8,1 milhões de passageiros por ano, 18% dos quais deverão ser novos utilizadores de transportes públicos - terá 18 paragens ao longo do seu percurso, quatro das quais na zona de Marvila: Marvila, Poço do Bispo, Braço de Prata e Matinha. Esta melhoria na mobilidade e conetividade promete acelerar a transformação desta zona da cidade e o seu futuro potencial imobiliário.
"Este investimento, juntamente com outros planeados pelos sectores público e privado, reflecte uma confiança crescente em Lisboa como uma capital que não só preserva o seu passado, como investe ativamente no seu futuro", acrescenta Moura-George. "Esperamos um interesse continuado por parte de investidores nacionais e internacionais, muitos dos quais estão agora a comprar com um horizonte de 10 a 15 anos, uma vez que vêem aqui vários factores que se conjugam: escala, infra-estruturas, planeamento urbano a longo prazo e uma relação qualidade-preço atractiva em comparação com outras áreas mais estabelecidas da cidade."
Em Marvila, o preço médio por metro quadrado dos imóveis à venda atingiu 7.189 euros no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a Confidencial Imobiliário, o que representa um aumento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior - reflectindo uma procura crescente, mas ainda abaixo dos preços das zonas vizinhas.
"Esta é uma oportunidade para investidores e residentes se posicionarem num bairro em crescimento", observa o diretor-geral da Athena Advisers. "Em toda a Europa, as novas infra-estruturas de transportes urbanos funcionam como catalisadores da valorização imobiliária, e Lisboa não é exceção. Em média, os imóveis situados a menos de 500 metros de uma nova paragem de metro ou de elétrico registam uma valorização de cerca de 10% após a conclusão da construção. Por conseguinte, prevemos uma pressão ascendente contínua sobre os preços à medida que estes investimentos se concretizam."
Regeneração e identidade criam o potencial de Marvila
Marvila tem vindo a destacar-se pela combinação de charme industrial, uma próspera comunidade criativa e novos projectos imobiliários que, em conjunto, dão nova vida ao bairro. O Hub Criativo do Beato, as galerias de arte, as cervejarias artesanais, as concept stores e as novas opções de restauração e lazer instaladas em antigos armazéns tornaram o bairro num ponto de encontro de artistas, empreendedores, profissionais criativos, lisboetas e turistas.
Este dinamismo tem atraído compradores e investidores que procuram Marvila não só como um destino para viver, mas também como uma oportunidade de investimento sólida e a longo prazo. O bairro continua a atrair novos projectos imobiliários, "um sinal claro de que o seu potencial está longe de estar esgotado. Este pipeline de novos empreendimentos, combinado com os esforços de regeneração urbana, sugere que a oferta de imóveis irá crescer, mas também a procura, sendo provável que os valores de mercado continuem a subir", enfatiza Moura-George.
"A combinação de acessibilidade, dinamismo cultural e desenvolvimento imobiliário e de infra-estruturas cria uma oportunidade única para quem procura investir nesta área emergente de Lisboa. Mas, embora todos estes factores sejam essenciais para impulsionar a procura, a verdadeira revitalização surge quando o bairro cria e mantém a sua própria identidade", defende David Moura George.