"Lisboa é uma cidade segura, mas não podemos olhar apenas para os números à primeira vista. Temos de os decompor. As agressões sexuais aumentaram 17% e as violações 12%", afirmou.

O autarca falava na Cimeira da Grande Lisboa, organizada pela SIC Notícias, onde foram abordados os temas da Habitação, Segurança e Transportes.

Afirmando que os índices de criminalidade têm diminuído globalmente, Carlos Moedas (PSD) referiu que "há focos que estão a aumentar", e deu o exemplo da "violação que aumentou 68% no Martim Moniz e Arroios".

Em contraste com estes dados, referiu que o número de polícias tem vindo a diminuir, pois "em 2010 havia 8.000 polícias em Lisboa, e hoje há 6.700". "A Polícia Municipal tinha 600 elementos em 2018, e hoje tem 400, e muitos vão reformar-se", acrescentou.

O presidente da Câmara de Lisboa insistiu na necessidade de o Governo dar mais competências à Polícia Municipal, porque os agentes são formados pela PSP, pelo que têm competências específicas.

Em Almada, só agora foi lançado o primeiro concurso para os primeiros 25 polícias municipais, num projeto que a presidente da Câmara, Inês de Medeiros, acredita que vai "contribuir para este sentido de polícia de proximidade".

Também em Almada, os índices globais de criminalidade diminuíram, mas "a violência entre os jovens e a violência doméstica entre os jovens aumentaram significativamente".

"E esta violência não se combate com a polícia, mas com políticas de educação, melhoria dos espaços públicos, melhores escolas, mais desporto e políticas públicas sólidas, fiáveis e consistentes", defendeu.

Também em Sintra, a criminalidade violenta diminuiu, mas a violência doméstica aumentou, segundo o autarca, que considera que "uma das razões da violência é a pobreza", referindo que o concelho tem algumas zonas nesta situação. Basílio Horta (PS) criticou ainda os vários governos por, em 12 anos, nunca terem feito "investimentos sérios em Sintra", naquele que é o segundo maior concelho do país.

Afirmando que a segurança em Oeiras tem melhorado, o autarca disse que gere o concelho de mais de 100 mil habitantes como "o mais seguro da Área Metropolitana de Lisboa", sendo a violência doméstica o crime que "mais tem crescido".

Segundo Isaltino Morais (IN-OV), as esquadras da PSP em Oeiras foram todas construídas pela Câmara Municipal e os carros da polícia também foram adquiridos pela autarquia porque "não pode aceitar que as pessoas não tenham carro" para se deslocarem quando são chamadas.

Em Loures, a criminalidade violenta e grave tem aumentado, com muitos assaltos, e a violência doméstica "tem aumentado significativamente no concelho", segundo o presidente da Câmara.

De acordo com Ricardo Leão (PS), as pessoas "queixam-se que é preciso mais policiamento comunitário". De acordo com o autarca, Loures tem 40 agentes da Polícia Municipal e vai ser aberto um processo de recrutamento para mais 17. Para servir 150 mil pessoas, o efetivo da PSP (Polícia de Segurança Pública) no concelho tem uma média de três viaturas disponíveis, o que "é triste".

"Era importante retomar os contratos locais de segurança. Foram-nos retirados (...) é muito importante que haja uma relação direta entre os agentes da PSP e as pessoas do bairro", disse.

Em Cascais, o vice-presidente, Nuno Piteira Lopes (PSD), disse que o sistema de videovigilância está a ser preparado e a expetativa é que sejam instaladas 440 câmaras em todas as freguesias do concelho.

Além disso, defendeu que a Polícia Municipal "pode e deve ter mais competências" e criticou o facto de os agentes da PSP estarem afectos a programas como o Escola Segura, o Programa Terceira Idade ou a responder a acidentes de viação sem feridos, considerando que, se fossem libertados destas tarefas, estariam na rua mais de 50 polícias.