O apagão que deixou o país sem eletricidade durante cerca de 10 horas, ontem, levantou questões sobre a segurança e a forma de atuar numa situação semelhante no futuro.
Os vários responsáveis políticos portugueses não tardaram a reagir, apontando as falhas que ocorreram durante o dia e sublinhando a necessidade de promover uma discussão sobre o assunto.
O secretário-geral do PS defendeu a convocação do Gabinete de Coordenação de Segurança e a reunião de todos os serviços de segurança e proteção civil para dar resposta ao corte de energia. O secretário-geral do PS salientou que o país viveu "um momento de tremenda anormalidade" e criticou ainda a reação da Proteção Civil.
"A gestão da comunicação em qualquer crise nunca é fácil, mas hoje exigia-se mais informação e rapidez à Proteção Civil", escreveu Pedro Nuno Santos.
"Num instante, o que tínhamos como garantido desapareceu e o nosso quotidiano sofreu uma profunda alteração. De repente, o que era simples tornou-se difícil, o que era rotina tornou-se um desafio", escreveu Pedro Nuno Santos.
"População no escuro"
André Ventura também focou a sua mensagem na importância de manter a população informada.
O presidente do Chega defendeu que o Governo deve "garantir a coordenação imediata de todas as estruturas" na sequência do apagão que afectou o país, e instou o executivo a informar a população sobre como proceder.
"Perante um 'apagão geral' cuja causa ainda não foi determinada, o Governo deve garantir a coordenação imediata de todas as estruturas de segurança, energia, informação e proteção civil", escreveu o líder do Chega num post na sua página na rede social X.
Agora temos de resolver isto e rapidamente, mas amanhã temos de falar de incompetência e desorientação. Os portugueses não receberam avisos nem orientações por parte das agências governamentais durante o dia todo. Foi o salve-se quem puder, com enorme impacto nas famílias nas...-
André Ventura (@AndreCVentura) April 28, 2025
André Ventura defendeu que "a população não deve ser deixada às escuras, sem o mínimo de informação e sem saber o que fazer ou como proceder", alertando que "isto está a promover o caos e a confusão nacional".
Desinformação
Mariana Mortágua também fez um apelo no mesmo sentido, considerando que esta seria a melhor forma de combater a "desinformação".
"Dada a perturbação causada pela falta de energia eléctrica, espera-se que o Governo responda prontamente aos sectores essenciais afectados e que comunique rapidamente com o país, incluindo no combate à desinformação", escreveu a líder do BE na rede social X.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, criticou a demora na informação da Proteção Civil após o corte de energia em Portugal que durou mais de 10 horas.
"A dimensão da proteção civil e da resiliência das cidades é fundamental, para que pelo menos a informação seja prontamente recebida pelos cidadãos, pois a informação da proteção civil só chegou ao final do dia. Tomemos este caso como um exemplo do que ainda precisa de ser feito e corrigido", escreveu Inês Sousa Real na rede social X.
O PCP considerou que a quebra no fornecimento de eletricidade exige "medidas que contribuam para o rápido restabelecimento do fornecimento", com prioridade para os "serviços essenciais à população", como a saúde, os transportes, a educação ou a segurança.
Paulo Raimundo disse ainda que vai pedir que seja agendado para quarta-feira um debate parlamentar sobre o corte no fornecimento de eletricidade, considerando que "as vulnerabilidades e problemas" no sistema elétrico nacional se tornaram evidentes e devem ser avaliados.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu "uma análise aprofundada das vulnerabilidades das nossas infra-estruturas críticas", tendo em conta a situação que o país viveu na segunda-feira, após um apagão nacional que durou mais de 10 horas.
"Agora que o país está a regressar à normalidade, a esperança de todos é que não tenha havido consequências graves para os nossos concidadãos, para além de um dia atípico. Garantir que assim seja deve ser a primeira prioridade", afirmou no X.