Nos percursos urbanos de Lisboa, dos 109 comboios previstos, 71 foram suprimidos, e nos percursos de longo curso, 13 foram programados e 12 foram suprimidos.
Nas zonas urbanas do Porto, estavam previstas 52 ligações e foram suprimidas 30.
Quanto aos comboios regionais, dos 68 programados, 56 foram suprimidos, segundo a transportadora.
Contactada hoje de manhã pela Lusa, fonte do SFRCI - Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, que convocou a greve parcial, disse que a adesão à greve dos fiscais e trabalhadores da CP, que começou às 05:00 de hoje e termina às 08:30, é de 100%, estando a ser cumpridos os 25% de serviços mínimos.
"A greve parcial iniciou-se às 05:00 e termina às 08:30, mas os efeitos deverão fazer-se sentir durante a manhã. A adesão à greve é de 100%, estando a ser cumpridos apenas 25% dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral", disse à Lusa Luís Bravo, do SFRCI.
O dirigente sindical adiantou que a greve tem como objetivo exigir melhores condições salariais para todos os trabalhadores da empresa.
"A greve parcial vai prolongar-se até terça-feira e terá ainda repercussões na quarta-feira, dia 14", disse.
Segundo Luís Bravo, a greve "demonstra claramente o descontentamento dos trabalhadores" que, desde 2010, lutam contra os baixos salários.
"Em 2025, o Governo vai continuar a sua política de baixos salários, tendo implementado um aumento salarial de 34 euros no salário base, um valor mais uma vez abaixo do aumento salarial verificado no salário mínimo, considerado muito insuficiente pelos trabalhadores", segundo o sindicato.
De quarta a sexta-feira, vários sindicatos estiveram em greve e, até sexta-feira, não houve serviços mínimos, o que provocou uma paragem total do trânsito.
Os trabalhadores exigem o cumprimento do acordo alcançado a 24 de abril entre a administração da CP e os sindicatos, considerando que "o Governo não pode querer os méritos da negociação e depois fugir às suas responsabilidades na sua aplicação".
A greve, que teve início na quarta-feira e se prolonga até 14 de maio, foi convocada contra a imposição de actualizações salariais "que não repõem o poder de compra", pela "negociação colectiva de actualizações salariais dignas" e pela "aplicação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado", referem os sindicatos.