Co-fundado por dois artistas, Carlota e MoYah, o festival tem como objetivo dar a conhecer o talento dos refugiados e migrantes "que enriquecem a vida cultural em Portugal" e "promover a inclusão, representação e solidariedade através da cultura".

Em Inglaterra, onde MoYah vive, o Refugee Week "é um festival muito conhecido", do qual têm saído "muitas coisas boas", disse à Lusa o rapper, produtor e ativista artístico.

"O Refugee Week é o maior festival de artes e cultura do mundo dedicado a celebrar as contribuições que as comunidades migrantes e refugiadas dão aos países [onde vivem]", disse MoYah, que é de origem moçambicana e conheceu Carlota, natural do Porto, em Bristol, Inglaterra, e tiveram a ideia de criar a versão portuguesa do Refugee Week.

"Achamos que é uma coisa importante que Portugal precisa", disse MoYah, que deixou Moçambique durante a guerra civil como refugiado político e veio viver para Lisboa, onde ficou até aos dez anos, antes de se mudar para Inglaterra, onde vive há 30 anos.

"Cresci em Portugal e vivi muito racismo e pensei que podia contribuir ajudando a criar esta iniciativa, que tem como objetivo juntar todas as comunidades e compreenderem-se umas às outras", recorda.

Os promotores consideram o momento atual - "com o que se está a passar em termos políticos e com muitos incidentes violentos e muito racismo que está a acontecer com as comunidades [de refugiados] e com as comunidades migrantes" - "uma boa altura" para realizar este festival.

A Semana dos Refugiados tem um formato aberto, "completamente descentralizado", em que cada pessoa pode propor e realizar iniciativas.

Até à data, estão previstas duas dezenas de eventos - entre exposições, concertos, workshops, leituras de poesia, piqueniques e convívios - em Lisboa, Covilhã, Porto e Leiria (a programação está disponível em https://www.instagram.com/refugeeweekpt/).

Entre 16 e 22 de junho, pessoas de várias origens vão refletir sobre "O Poder da Comunidade", o tema deste ano, centrado no "impacto dos gestos colectivos e das ligações humanas no mundo que construímos juntos".

No dia 21, em Lisboa, os Jardins da Bombarda vão acolher um piquenique comunitário, com actuações de artistas refugiados do Bangladesh, Zimbabué e Argélia.