A capital portuguesa, que cobra a taxa desde 2016, e que atualmente cobra o valor mais elevado a nível nacional, de quatro euros, registou uma receita total de 260.131.495,65 euros entre janeiro do primeiro ano e maio de 2025.

A taxa começou a ser aplicada às dormidas de turistas nacionais (incluindo residentes em Lisboa) e estrangeiros em hotéis ou estabelecimentos de alojamento local, "até ao máximo de sete noites por hóspede e por estadia", estando isentos os hóspedes com idade inferior a 13 anos. Inicialmente, o valor era de um euro por noite, mas em janeiro de 2019 aumentou para dois euros e em setembro de 2024 duplicou para quatro.

De acordo com dados da Câmara Municipal de Lisboa(CML) enviados à Lusa, no primeiro ano a taxa gerou cerca de 11,35 milhões de euros, valor que continuou a subir até 2019.

Nos primeiros três anos, em que a taxa era de um euro por noite, o município obteve 46,45 milhões de euros (ME), nomeadamente 11,35 ME em 2016, 16,55 ME em 2017 e 18,55 ME em 2018.

Em 2019, ano em que a taxa aumentou para dois euros por noite, a CML arrecadou 36,08 ME, mas a tendência de crescimento foi afetada pela pandemia de Covid-19, declarada em março de 2020 e que se prolongou até maio de 2023 (segundo a Organização Mundial de Saúde).

Neste contexto, o pior ano para as contas de Lisboa foi 2021, quando o valor arrecadado foi de 9,91 ME, inferior aos 12,11 ME alcançados em 2020.

Embora a pandemia tenha continuado para além de 2020 e 2021, em 2022 registou-se uma recuperação significativa, com a taxa turística a representar 33,06 ME, atingindo 40,24 ME em 2023 e batendo o seu recorde em 2024, atingindo 49,51 ME.

De acordo com dados da CML, até 31 de maio deste ano, já tinham sido cobrados 32,76 ME desde janeiro, podendo voltar a bater-se um novo recorde em 2025.

Antes do aumento para o dobro do valor da taxa, em setembro do ano passado, os melhores meses registaram-se em abril e julho, ultrapassando os 6 ME em ambos os casos. Segundo a autarquia, o aumento da taxa para quatro reais foi um reflexo de outubro, que acabou por ser o melhor mês do ano, com 8,16 milhões de euros.

Porto

Quanto ao Porto, onde a taxa municipal turística (TMT) entrou em vigor em 2018 a um euro e aumentou para três em dezembro de 2024, foram arrecadados 20,9 milhões de euros de receita liquidada no ano passado, ou seja, mais 8,13% do que em 2023, quando a receita foi de 19,2 milhões de euros.

"Até 30 de abril de 2025, a receita liquidada dos TMT totalizou 9,3 milhões de euros, o que representa um aumento de quase 42% face ao período homólogo de 2024, em que foram registados 6,6 milhões de euros", disse o município à Lusa.

Na Póvoa de Varzim, uma das zonas balneares mais procuradas da região Norte, os valores arrecadados em 2024 "rondam os 500 mil euros", segundo fonte da autarquia.

Já a taxa turística sobre as chegadas por via marítima a Lisboa, com um valor unitário fixo de dois euros por passageiro (maior de 13 anos) que desembarque de um navio de cruzeiro em trânsito, em terminais localizados no concelho, efetivamente cobrada desde 1 de abril do ano passado, gerou 365.920 euros no seu primeiro ano.

Só nos primeiros cinco meses de 2025, a taxa marítima gerou R$ 309.397, pelo que deverá ultrapassar o valor cobrado no ano passado.

Sob a presidência de Carlos Moedas (PSD), a Câmara Municipal de Lisboa reiterou que os efeitos positivos do turismo implicam o reforço das infra-estruturas urbanas e do funcionamento da cidade, nomeadamente a expansão das intervenções públicas ao nível das infra-estruturas, da mobilidade, da limpeza urbana, do espaço público, da segurança e da oferta de turismo, cultura e lazer.

A Câmara Municipal sublinha que os munícipes não devem ser sobrecarregados com os custos do turismo. Os valores arrecadados destinam-se a "financiar o reforço da higiene e limpeza urbana em toda a cidade" e já foram efectuados investimentos na Doca da Marinha, Estação Sul-Sul, Museu Real do Tesouro e Centro Interpretativo da Ponte 25 de abril.