Numa conferência para analisar o primeiro ano do projeto Diário de Notícias DN Brasil, Rui Armindo Freitas sublinhou que as mudanças anunciadas na segunda-feira foram compromissos de longa data.

Entre as mudanças anunciadas estão mudanças na lei da nacionalidade, na lei sobre estrangeiros, na harmonização das autorizações de residência na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e nas novas regras para imigrantes altamente qualificados.

“O trabalho começou em abril do ano passado, mas as nossas escolhas políticas não podem parar. (...) Se não tivéssemos tido uma interrupção no ciclo político, essas medidas já teriam sido apresentadas mais cedo”, disse Rui Armindo Freitas na conferência de imprensa.

O projeto de revisão do sistema de imigração começou em junho do ano passado e incluiu essas etapas, mas a interrupção da legislatura e das eleições em maio de 2025 forçou o adiamento dessas medidas, explicou.

Comentando o aniversário de um ano da criação do DN Brasil, o governador enfatizou que esse projeto editorial “nasceu quase ao mesmo tempo em que o governo anterior apresentou” o plano de ação para a migração, apresentado em 3 de junho.

Para Rui Freitas, no contexto atual, é essencial que existam projetos editoriais que combatam a desinformação, procurando “fazer com que a verdade chegue aos leitores” “

Partimos do caos, com mais de 400 mil processos pendentes na Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA)”, além dos problemas com as autorizações da CPLP (que não foram harmonizadas com as regras europeias) e a renovação de documentos, com

“papéis sucessivamente renovados desde 2020”.

“Montamos uma estrutura de missão que multiplicou em seis vezes a capacidade do Estado de prestar serviços”, porque a facilitação da entrada nos últimos anos significou que “a elasticidade dos serviços do Estado não conseguia acompanhar a demanda”.

A prioridade do Governo em termos de entrada está focada nos imigrantes da CPLP, juntamente com a atração de investimento e talento.

“A língua é um fator crítico para a integração dos imigrantes em Portugal” e “a imigração tem que funcionar como um sistema, para que possamos abrir e fechar portas para que possamos ter a imigração que queremos e acolher aqueles que vêm aqui de forma adequada”, disse.

Rui Freitas prometeu uma política migratória de “moderação firme, regras claras, liderança no debate sobre imigração, sem espaço para discursos de ódio”.

Porque sem regras claras, “cria-se um terreno fértil para que o discurso de ódio cresça” e somente “com sociedades democráticas” e “informações precisas” será possível ter uma “sociedade coesa que saiba acolher”.

Durante a sessão, o diretor do Diário de Notícias, Filipe Alves, lembrou o papel dos 'media' no combate à desinformação e na defesa das sociedades democráticas.

Por sua vez, o diretor do grupo, Marco Galinha, elogiou o projeto do DN Brasil, considerando “muito importante dar voz editorial ao povo brasileiro”.

Hoje, acrescentou, o Diário de Notícias tem “cinco milhões de audiências online mensais em todo o mundo”.

O DN Brasil, lançado no início de junho do ano passado, é um projeto voltado para a comunidade brasileira que vive em Portugal.

O projeto tem uma ou duas páginas por semana na edição em papel do Diário de Notícias, identificadas e escritas em português brasileiro, além de um suplemento e um site.