A produtora justificou o compromisso de criar séries fictícias fora dos grandes centros de produção, como Lisboa, com o fato de o país estar “sub-representado no cinema e no audiovisual” e disse que o objetivo dos autores é “fazer uma série que se passe nos dias atuais, pura ficção, mas que só pudesse ser ambientada na cidade”.
“Na história de Faro, o ponto de partida é que há um fundo imobiliário internacional que quer comprar toda a ilha de Faro para construir um 'resort' de luxo, mas há sempre alguém que resiste, neste caso um velho pescador que tem um restaurante na praia e não quer vender”, disse.
Tino Navarro também antecipou que “o fundo contrata um advogado local altamente respeitado”, que tem “um passado revolucionário no 25 de abril” e ajudou os habitantes da ilha a legalizar ocupações e casas clandestinas, para “remover os últimos obstáculos” à compra do terreno onde o fundo imobiliário quer instalar o projeto.
“Esse advogado aparece morto em um veleiro, amarrado ao mastro, vestido com uma roupa sadomasoquista. A PJ está se encarregando do incidente e investigará o que aconteceu e quem o matou”, acrescentou, sublinhando que existem vários suspeitos e que, “no final, será revelado quem matou Abel Santos”, papel desempenhado por Adriano
Luz.A Lusa também falou com o ator, que disse que concordou em participar do projeto porque foi dirigido por Joaquim Leitão, com quem já havia trabalhado em uma obra “notável”, “Até Amanhã, Camaradas”, observou.
“A minha personagem é advogada de uma empresa que quer construir um 'resort' na ilha de Faro. No entanto, como este é Abel de Faro, a maioria das pessoas na ilha são amigas de infância e ele inicialmente tenta convencê-las a vender. Tem um que é mais resistente, Zé Maria, interpretado por Miguel Borges, e esse é o primeiro desenvolvimento do personagem”, disse Adriano Luz
.O ator disse que o roteiro tem então “várias camadas”, como a relação conturbada entre o advogado que interpreta e o filho, que mais tarde se envolverá com a personagem interpretada por Sara Barradas, atriz com quem a Lusa também conversou.
Sara Barradas considerou que a série se concentra em questões “atuais”, como “dinheiro fácil” em oposição à “preservação do meio ambiente”, e disse que sua personagem “desempenhará um papel fundamental nesse contraponto”, ao deixar a Suíça, onde é emigrante, para retornar à ilha e ajudar seu pai a resistir.
Quando questionada sobre a experiência de trabalhar em Faro para filmar por cerca de dois meses, Sara Barradas a descreveu como “bastante positiva” porque conseguiu fazer uma série para a RTP e trabalhar com o diretor Joaquim Leitão e o produtor Tino Navarro.
“Foi muito bom. E foi muito bom trabalhar novamente com Miguel Borges, que interpretou meu pai há 20 anos no filme 'Coisa Ruim', de Tiago Guedes, e que interpretou meu pai novamente 20 anos depois”, lembrou, elogiando
o trabalho e a humanidade do colega.Depois da estreia de hoje, a série “Faro” também terá uma segunda estreia na cidade do Algarve, em 13 de junho, e depois será exibida na RTP1 a partir do dia 16, segundo a produtora.