"Estamos muito preocupados porque é a primeira vez em poucos anos que não temos helicópteros em Grândola", no distrito de Setúbal, alertou o presidente da autarquia, António Figueira Mendes (CDU), em declarações à agência Lusa.

Para além de este meio aéreo ser "de cobertura para todo o litoral alentejano", o autarca de Grândola acrescentou que o helicóptero previsto para o concelho de Ourique, no distrito de Beja, também "não está a funcionar".

"É uma situação preocupante, tendo em conta a época de verão, que se prevê difícil em termos de incêndios rurais", lamentou.

Ourique e Grândola não são casos únicos no Alentejo, porque o helicóptero previsto para Moura, no distrito de Beja, também não está disponível, revelou o presidente da Câmara, Álvaro Azedo, numa publicação na sua página de Facebook, este mês.

O envio dos três helicópteros de combate a incêndios para os centros de meios aéreos (CMA) destes concelhos estava previsto para o dia 1 deste mês, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de 2025.

A Câmara de Ourique, em nota publicada na página oficial do município nas redes sociais, manifestou a sua "profunda preocupação" com a ausência do helicóptero destinado à base local.

"Num período de elevado risco de incêndio, e numa região com elevada carga de combustível e distâncias operacionais significativas, a falta deste recurso compromete a capacidade de resposta e a segurança das populações", apontou a autarquia.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Marcelo Guerreiro (PS), defendeu que o meio aéreo é "muito importante no combate aos incêndios em Ourique" e na região, mas só deve ser acionado "na melhor das hipóteses, no prazo de um mês".

Segundo o autarca, "nos últimos anos, o que estava previsto em termos de vinda do meio aéreo tem sido cumprido, dentro da normalidade", mas este ano, após ter sido contactado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil(ANEPC), foi informado de que o helicóptero só poderia ser colocado na CMA de Ourique "na melhor das hipóteses, dentro de um mês".

"Temos consciência dos constrangimentos que possam ter existido em termos de contratação pública, mas o território não pode ficar à mercê da falta deste recurso e deste equipamento tão importante no combate aos incêndios rurais", defendeu.