“A participação na greve parcial foi significativa às 08:00. A greve é parcial e há serviços mínimos, [mesmo assim] há interrupções no serviço”, disse à Lusa Manuel Leal, do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), que convocou a greve
.Manuel Leal adiou dados mais específicos sobre a participação na greve parcial dos trabalhadores da Carris, que ocorrerá durante as primeiras e últimas horas do trabalho diário de cada profissional nos vários setores (trânsito, oficinas ou administração) e vigorará até sexta-feira.
Os sindicatos que representam os trabalhadores da empresa de Lisboa (que opera o serviço público rodoviário da cidade, bem como bondes e elevadores de rua) convocaram uma greve de duas horas no início e no final de cada turno entre hoje e 6 de junho e uma greve de 24 horas em 12 de junho, com os serviços mínimos decretados por um tribunal arbitral.
Além dos serviços obrigatórios, como transporte exclusivo para pessoas com deficiência ou clínicas médicas da empresa, as rotas de ônibus 703, 708, 717, 726, 735, 736, 738, 751, 755, 758, 760 e 767 devem operar “com 50% do horário normal”.
Em 13 de maio, o Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) explicou que o acordo sobre atualizações salariais não implicaria o fim do processo negocial e que, em conjunto com a empresa, formaria “grupos de trabalho com vista, em particular, à redução da semana de trabalho em fases para 35 horas”.
De acordo com o sindicato, já havia sido possível reduzir a semana real de trabalho para aproximadamente 37 horas e 30 minutos, “fato que só foi aceito por todos os envolvidos neste processo algum tempo depois”, e a primeira reunião do grupo de trabalho criado para reduzir a semana de trabalho real para 35 horas foi realizada em 30 de abril.
Em declarações à Lusa na sexta-feira, o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, frisou que tem tido “um bom diálogo com os sindicatos”, mas admitiu como prova que “os sindicatos querem sempre mais”.
“Este ano tivemos essa dificuldade, estamos tendo essa dificuldade de estar em um ciclo de fortes aumentos salariais e ao mesmo tempo há uma demanda por uma redução da jornada de trabalho de 40 para 35 horas”, disse.
Segundo Pedro Bogas, a redução de 40 para 35 horas, que o gestor diz ser uma ambição legítima, é “extremamente difícil e coloca em risco a sustentabilidade da empresa”.
A Carris é gerida pela Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e os trabalhadores são representados por várias estruturas sindicais, como o SNMOT, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário e Urbano (STRUP), o Sitra — Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, o Sitese — Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços e a ASPTC — Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris e Subsidiárias.